Macrotendências no TikTok: a abundância finita

agosto 29, 2022

Conheça a terceira macrotendência em que se encaixam trends e movimentos do TikTok, a Abundância Finita

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Macrotendências | Nowstalgia | Poder do eu | Isso é real? | A era do cuidado


Sobrar é melhor do que faltar, já diz o dito popular. Mas nos últimos anos, com uma mistura de mudanças climáticas e pandemia, foi a falta que ganhou noticiários. A abundância tem sido desafiada no mundo todo, seja pela falta de serviços abertos por meses, de suprimentos pra manter as cadeias de produção funcionando ou até mesmo do básico nas despensas.


Consumidores têm se tornado, cada vez mais, gestores dos próprios recursos pra lidar com essa escassez. E mesmo quem não tem sido tão afetado por ela, ainda está adotando um estilo de vida mais consciente e saudável, pensando no futuro e nas próximas gerações. Eis a Abundância Finita, terceira das macrotendências em que se encaixam alguns dos movimentos e trends que rolam no TikTok e, nesse caso em especial, ainda mais fora dele.¹


A Abundância Finita é um movimento que vem dos consumidores para as empresas. Em um cenário de falta, essas mudanças em estilo de vida e consumo se refletem na maior procura por produtos, serviços e negócios com mais responsabilidade social e ambiental. Cabe às marcas encontrar novas formas de se conectar com esses consumidores, que também têm se preocupado mais e mais em guardar dinheiro do que com gastar.


No TikTok, essas tendências são o que levam criadores a exercitar a criatividade pra encontrar mais formas de ajudar a comunidade a usar melhor seus recursos. Seja por meio da educação financeira, de tutoriais de DIY (faça você mesmo) ou de dicas pra não desperdiçar nada na hora de cozinhar ou limpar a casa, vídeos que mostram essa Abundância Finita estão por todo o app. Veja a seguir como sua marca pode se juntar a essas conversas.


Escassez ancestral

O consumidor consciente é uma realidade. Uma pesquisa da consultoria Capgemini revelou que, dois anos atrás, só 36% das marcas acreditavam que os clientes estavam dispostos a mudar suas escolhas com base no impacto social ou ambiental das empresas. Só que na Escassez ancestral, menos é mais: a verdade é que 79% dos consumidores ouvidos no mesmo estudo já estavam mudando suas escolhas levando a sustentabilidade em conta.²


De lá pra cá, consumidores passaram a cobrar ainda mais das marcas para que tomassem a frente e assumissem suas responsabilidades social e ambiental. E essas demandas foram se refletindo no próprio consumo: outro estudo, da EIU com a WWF, mostrou que a busca por produtos sustentáveis na internet disparou 71% desde 2016.³ Quem não abraçou a mudança de comportamento lá atrás, se moveu pra atender uma legião de clientes preocupados com a preservação do meio ambiente.


Marcas Cidadãs

É dessa movimentação de empresas que vem a tendência das Marcas Cidadãs. Pra acompanhar a demanda, o ESG cresceu e apareceu. E com isso, empresas começaram a mostrar mais serviço, reinventando processos, assumindo compromissos e trazendo ao mercado soluções que de fato refletissem essa mudança de postura e ajudassem a tornar o mundo melhor.


Assim como tem consumidor tentando reduzir a produção de lixo e abraçando a economia circular, tem marca se comprometendo a zerar emissões de carbono, lançando iniciativas pra reduzir o desperdício e repensando embalagens, E da mesma forma que clientes têm priorizado o pequeno comércio local, tem empresa criando programas de apoio a microempresários e fomentando estabelecimentos liderados por grupos minorizados.


A nova mentalidade do dinheiro

Um estudo da Octolab com a MindMiners para o TikTok revelou que, hoje, mais da metade dos usuários de Gerações Y e Z do TikTok têm como meta financeira poupar dinheiro.⁴ Mas nesse cenário de escassez, não é guardar por guardar e esconder num porquinho ou poupança. A nova mentalidade do dinheiro é sobre guardar pra comprar bens duráveis, aprender a investir e organizar os gastos de um jeito mais inteligente. É a reinvenção do cofrinho na nova era da educação financeira – que inclusive tem muito a ver com o TikTok, vide o 1,7B de visualizações em vídeos com #fintok.


Essa economia inclui principalmente o dinheiro, é claro, mas também vai além dele. É economia de tempo, dando preferência à cozinha rápida e, de novo, ao comércio local; de recursos, aprendendo a técnicas e receitas pra aproveitar cada pedacinho de alimento; e até de distância, optando por passar férias não muito longe de casa.


Como uma marca pode navegar no meio disso tudo?

No fim, a Abundância Finita é sobre aproveitar melhor o que a gente tem em mãos. Na hora de pensar em suas próximas ações de marketing ou conteúdos, uma marca quer quer navegar nessa macrotendência tem que ter em mente toda essa mudança de mentalidade do consumidor.


  1. Valorize conteúdo sobre gestão de recursos.

  2. Fortaleça as conexões hiperlocais.

  3. Apoie o consumidor, seja com educação, serviços ou outras ações.

  4. Pense global, mas atue local.


Assim, dá pra se aprofundar mais na educação financeira, por exemplo. Ou na gestão de recursos de forma geral. Daí, levar isso também pra outras áreas, como gastronomia ou até moda – como seus clientes podem aproveitar ao máximo ou até reaproveitar seu produto? E claro, não dá pra deixar de lado o destaque e a promoção de negócios e soluções locais.




Fontes:

  1. Pesquisa "Macrotendências" conduzida pela spark:off e comissionada pelo TikTok, 2022

  2. Relatório "How sustainability is fundamentally changing consumer preferences", Capgemini, 2021

  3. Estudo "The Eco-Wakening", The Economist Intelligence Unit para a WWF, 2021

  4. Research & Insights TikTok Brasil | Pesquisa sobre Relação com Dinheiro conduzida pela Octolab e MindMiners | 873 entrevistas, usuários de TikTok 18+ | Brasil 2022